É a confusão que machuca.
A confusão que vem antes de sabermos como a pessoa se sente e as noites que ficamos nos perguntando se nos querem bem, se gostam de nós ou que se preocupam, e quando nos perguntamos se estão pensando em nós tanto quanto nós estamos pensando nela. São as histórias e os cenários que fazemos em nossas mentes para justificar suas ações ou justificar as nossas. São as palavras que dizemos a nós mesmos quando querendo assumir o risco ou fugir antes mesmo de tentar.
É a espera que machuca.
A espera de uma mensagem sua ou uma ligação, esperando o momento certo para responder, esperando a hora para te ver, esperando por um sinal de vida ou que nos diga algo, e esperando para ter certeza que não esperamos por nada. São os dias e noites solitárias que temos que suportar esperando por aqueles que amamos nos amar de volta.
É a rejeição que machuca.
Quando não recebemos a resposta que esperávamos, quando não conhecemos a pessoa tanto quanto queríamos, quando vamos estar perto de alguém que nem ao menos diz um oi. É ver tudo terminar antes de começar que nos mata.
É a expectativa que machuca.
Quando pensamos que poderiam ser mais para nós, quando pensamos que poderiam nos querer mais, quando pensamos que ainda da tempo de fazer planos, ir a lugares, fazer passeios e quando nós pensamos que vão estar ao nosso lado quando precisamos deles, mas nem fazem questão de aparecer. Expectativas doem porque elas vêm de um lugar onde acreditamos que fariam por nós o que faríamos por eles, e isso sempre leva à decepção.
É a história que machuca.
Sabendo que nunca vão abrir seu coração novamente como fizeram com a ex, sabendo que nunca vão te amar mais uma vez da forma como eles fizeram e sabendo que eles ainda tem sentimentos por outra pessoa. É o sentimento de que você nunca vai substituir alguém que você nem conhece, e é isso que muita das vezes nos faz sentir como se nós não fossemos ‘bons o suficiente’ ou ‘talvez só somos nós’.
É todas as coisas que confundimos com amor que nos ferem; mas o amor não é a causa da dor.
Quando nós realmente amamos alguém, não os prejudicamos. Não levamos ou deixamos nos questionamentos, nós não brincamos ou ignoramos seus sentimentos, nós não dizemos que os amamos se estamos apaixonados por outra pessoa e não deixamos esperando.
Só dói quando damos esse amor para a pessoa errada, quando nos convencemos de que podemos fazer alguém retribuir nossos sentimentos, mas a verdade é, o amor só cura quando é para ambos, quando é dado e recebido porque nós realmente gostamos de alguém, e não só porque estamos tentando esquecer alguém.
O amor é a reciprocidade.
Autora: Rania Naim
Via: It’s Not The Love That Hurts, It’s What We Go Through To Find it