Me joguei em você e no mar de sentimentos que você me prometeu. Trouxe comigo uma carga muito pesada. Esta carga era tudo aquilo em que eu acreditava. Descarreguei em nós um mundo de teorias nas quais você nunca acreditou, mas ironicamente, acabou comprovando uma delas.
Eu sempre soube que o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual. Eu não acredito que esse encontro ocorra apenas uma vez. Eu sei que somos capazes de amar quantas vezes for necessário, porém, para algumas pessoas, isso ocorre apenas umas vez na vida, o que as fazem acreditar, e querem nos fazer acreditar, que este é o padrão.
Hoje, você deve acreditar nisso, deve fazer dessa teoria o motor da sua nova felicidade com seu novo amor. Mas, eu insisto que sempre soube disso, mas ver a comprovação da minha teoria em você não foi fácil, foi apenas necessário.
Agora, eu percebo em que mar de águas gélidas eu me permiti afogar. Mas, eu não me engano mais. Também não me arrependo de nenhum ex-amor. Esses amores, até o mais vagabundo, eles me permitiram enxergar elementos essenciais, embora, ao mesmo tempo, tenham me cegado quanto à outros.
Você, entretanto, tentou e tirou de mim muita coisa boa, fazendo-me acreditar ser para o nosso bem.
Em você eu me afoguei ‘voluntariamente’ e nem ao menos tentei escapar. Eu passei tanto tempo mergulhada nas suas águas que me perdi de mim mesma e me desacreditei. Todavia, no meu íntimo, eu sempre soube que não estava certo, mas nunca tive forças para me libertar.
Entretanto, você, como um último ato de misericórdia, resolveu me liberar de você.
Talvez você tenha pensado que isso me destruiria e que eu não iria sobreviver, mas só eu sei o quanto foi bom voltar a superfície e respirar novamente. Só eu sei o quanto é bom respirar novas possibilidades e ter a certeza de que você não estará mais no meu caminho. Só eu sei o quanto é bom poder sonhar sonhos inteiros, sem precisar diminuí-los para caberem em você.
Autora: Fernanda Mesquita