A confiança e espera em Deus requer vontade para suportar as dúvidas

Sei que esperar em Deus requer vontade para suportar a incerteza, levar no interior uma pergunta sem resposta, trazendo o coração diante de Deus quando esse pensamento invade nossa mente. É fácil convencer-se a si mesma sobre uma decisão que não é duradora; às vezes isso é mais fácil que esperar pacientemente.”

Elisabeth Elliot era um belo exemplo da mulher de Provérbios, feminina, sábia e piedosa, e apesar das aflições que viveu ao longo de sua vida, sua fé e confiança em Deus fizeram dela um exemplo e amostra da Graça. Esse pequeno texto foi escrito por essa amada mulher em seu livro Paixão e Pureza, e tem um grande significado para mim. Elliot fala acerca da espera em Deus, mas também acerca da confiança nEle, e creio que essa seja a razão para que eu goste tanto dessa citação de seu livro.

Admiro Elliot por ter confiado em Deus com tamanha dedicação. Quando olho para sua vida, percebo que há muito o que ser melhorado na minha. Devo admitir que foram muitos os momentos em que minha confiança em Deus foi falha e que ao invés de agir como uma mulher sábia e piedosa, agi como uma mulher medrosa, temerosa e ansiosa. Houve um período de minha vida que as preocupações e os medos conduziram minhas ações. Eu ansiava constantemente por respostas, meus receios e medos me faziam buscá-las de forma precipitada, e ainda que as tivesse, algo surgia para me fazer duvidar se eram verdadeiras. Minhas emoções ditavam minhas ações e por um longo tempo permaneci dessa forma. Me sentia temerosa com o que poderia acontecer e angustiada com minhas próprias especulações do pior. Minha confiança em Deus estava sendo falha, mas Ele, em sua infinita misericórdia, dia após dia me deu a capacidade para lidar com minhas dúvidas, até mesmo com aquelas que não obtive respostas.

Quando percebi a maneira como havia agido, me senti envergonhada e arrependida. Que tipo de mulher eu estava sendo, agindo de forma receosa, temerosa, controladora e preocupada de forma excessiva? Onde estava minha confiança no caráter de Deus? Minha confiança em seu cuidado paternal? Recentemente, li algo escrito por Elyse Fitzpatrick que tenho como uma resposta:

Quando eu me preocupo com o que acontecerá com a minha vida, o que eu realmente estou dizendo é: ‘Deus, o Senhor não pode lidar com isso. Ou o Senhor é muito fraco, desinteressado, não amoroso, ou não é esperto o suficiente para cuidar da minha vida. Eu tenho que dedicar toda a minha atenção para pôr essa situação em ordem por conta própria.”

São palavras duras, no entanto, no momento em que as li pude me ver em cada uma delas. A preocupação com minhas dúvidas e com o que poderia ou não acontecer, me angustiavam. Eu não estava confiando em Deus o suficiente e em seu cuidado. Por diversas vezes agi por conta própria, de forma tola e imprudente, sem perceber o quão exausta e angustiada minha alma estava. Sem perceber que a piedade e o amor era o que deveria ser evidenciado em minhas ações.

Apesar de minhas falhas, minha busca por confiança em Deus se intensificou. Há respostas que não tive e não sei se um dia as terei. Talvez, eu conviva com as incertezas para o resto da vida. Minha luta contra minhas preocupações, medos e ansiedades não acabaram, minha natureza caída tente a cometer pecados e falhas. Mas enquanto minha confiança estiver em Deus, não devo temer. O Apóstolo Paulo diz:

Não andeis ansiosos por coisa alguma.” Filipenses 4:6

Não devo ser temerosa ou ansiosa, controladora ou medrosa, não é essa a mulher que quero me tornar e não é essa mulher que busco ser. Assim como Elisabeth, busco por um coração piedoso e de virtudes, que não negligencia sua confiança em Deus, mas se curva diante dEle. Elliot “esperava em Deus suportando a incerteza, levando no interior uma pergunta sem resposta, mas trazendo seu coração diante de Deus quando esse pensamento invadia sua mente”.

Oh, amada Elisabeth, que Deus me conceda um coração como o seu.

Nessa brincadeira de pouco demonstrar, muitos não vão mais sentir.

Vivemos na era na qual não podemos demonstrar o quanto nos importamos. Entramos em uma guerra que não é nossa. Nunca foi. Não podemos demonstrar, não podemos falar, não podemos sentir. A nossa geração tem um manual para tudo. Vivemos na norma culta do robotizado onde tudo tem uma regra específica. Essa geração se importa mais com os padrões do que a própria felicidade. O meu problema é que eu não sei jogar com essas regras. Sou admiradora de antigos valores que hoje não tem mais importância.

O olho no olho perdeu espaço. O calor das palavras não tem nenhum valor. Demonstrar interesse ou sentimentos é visto como algo ultrapassado. Vivemos na era em que pessoas viraram máquinas. E que máquinas estão se tornando pessoas. Tudo está invertido. A vida parece perdida. As pessoas andam sem rumo, sem calor, sem alma, sem tudo. O que eu estou fazendo nesse mundo de pessoas frias?

Eu quero viver sem ter que seguir essas regras. Precisamos viver sem obedecer um manual. A vida é um sopro. Não vale a pena fugir do que faz a vida tão incrível. Não podemos nos privar de aproveitar todas as oportunidades que apareçam. Quero viver por inteiro. Sentir por inteiro. Demonstrar por inteiro. Amar por inteiro. Acertar por inteiro. Errar por inteiro. Aprender. E fazer tudo de novo.

Quero correr estupidamente atrás da felicidade. Quero sonhar. Quero me decepcionar. Quero recomeçar. Quero vida.
Essa geração do pouco me importo, do pouco sinto, do pouco demonstro não está com nada. Vocês ficam aí entre curtidas, fotos compartilhadas e falsos sentimentos. Enquanto isso, a vida passa. Estamos perdendo o tempo de sermos felizes. Vamos nos permitir viver, simplesmente. Sem rótulos, sem julgamentos, sem manuais e sem regras. A vida é breve demais!

Autora: Larissa Marques

Se cair, levante mais forte!

Ela estava sentada em sua penteadeira, escrevendo alguns versos, enquanto ouvia sua música predileta e ao se olhar no espelho, percebeu que apesar da pouca idade, já havia passado por tantas coisas. Tomou um gole de café, fechou os olhos, respirou fundo e se expressou, dizendo: “Não quero mais sofrer, não quero mais deixar as pessoas tornarem os meus dias cinzas, não permito mais alguém entrar na minha vida para tirar o meu sossego e a paz do meu coração.

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Ciúme

Tenho ciúmes, nem imagina, queria que fossem só meus, esses fiapos de atenção que você distribui pelos outros ao longo do dia. Tenho ciúmes da mulher que cruza na rua pela manhã, que passa apressada e sombria sem perceber seu perfume.

Tenho ciúmes da tua professora que partilha contigo o metro quadrado na sala da tua escola, respirando ambos o mesmo ar; da tua colega de classe, que chega por trás e se debruça perigosamente sobre essa nuca que é minha, para te mostrar uma atividade qualquer; e da empregada da cantina, que te agrada com o que você gosta, te sugerindo as especialidades do dia, e a quem você sorri alheio enquanto pede algo qualquer da lista fazendo pose para impressionar quem se senta ao teu lado.

Tenho ciúmes de quem se senta ao teu lado e usufrui de toda a tua atenção; e da loira que atravessa a rua, a quem você dá prioridade e deixa passar à frente com um aceno de cabeça e um olhar de raspão, desfocado mas atrevido. E das que olham para ti na rua e te examinam o dedo anelar, tentando perceber se é casado, se está disponível ou se ambas as coisas.

Tenho ciúmes das que têm coragem para te abordar de rompante num bar e te beijam na boca como se fosses delas (e por momentos até é), te arrastam para um quarto, te viram do avesso e te deixam; das vendedoras da praça que te tratam por menino; e da moça gentil da farmácia onde te despacha teus sorines, já que tu não vive sem, do tempo que demora no balcão, fazendo conversa, conferindo dosagens, pedindo recibos.

Tenho ciúmes da velhota da pastelaria que te conhece há anos e que te tremelica uns bons dias com familiaridade deslocada. Ciúmes de quem possa tocar teu rosto, nessas tuas manias de vaidade quando vai fazer a sobrancelha.

Tenho ciúmes da mulher que pode ser tua, da indiferença que lhe dará quando chegar em casa, das conversas geladas sobre domesticidades; e tenho ciúmes da tua empregada, que espaneja e arruma os restos de ti que sobram pela casa quando não está, recolhendo em sacos de aspirador os teus cheiros e essa tristeza que deixa depositada nos cantos.

Se tenho ciúmes? Imagina.

Autora: Eduarda Briara