“Though you slay me”, Shane & Shane com a participação do amado pastor americano John Piper, é uma de minhas músicas favoritas. Eu passei a ouvi-la constantemente em um momento difícil que estava vivendo e desde então tem feito parte da maioria dos meus dias. É uma das poucas músicas bíblicas, cristocêntricas e que são um consolo para mim. A letra fala sobre nossos sofrimentos terrenos e os propósitos que têm, e que independentemente de quantas lágrimas derramemos nesta vida, devo cantar louvores Àquele que se sacrificou. Ao olhar para Cristo, e não somente para meu sofrimento, posso contemplar a esperança de que não se trata da ausência das aflições, mas da Sua presença nas aflições.
Homens como Jó, Elias, Charles Spurgeon e C. S. Lewis caminharam pela estrada da aflição e alguns destes pela depressão de espírito. Da mesma maneira, eu estou sujeita a caminhar por essa estrada. Todos nós estamos. Todos nós passaremos ou estamos passando por ela. E fará toda diferença se estamos olhando para Cristo ou para a escuridão que nos cerca, procurando desesperadamente por qualquer feixe de luz, quando Ele é a fonte que dá vida à luz que tanto buscamos. Queremos e admiramos a luz de uma estrela de nêutrons – embora seja um dos corpos celestes mais brutais – não porque tem um quê de majestosa, mas porque estamos olhando para a direção errada, ao invés de olharmos para Seu Criador.
Quando não mantemos nossos olhos em Cristo em meio às aflições dessa vida, toda ideia e certeza que temos de que há um propósito para nosso sofrimento e de que ele é momentâneo se enfraquece. Somos encurralados pelas incertezas que desfalecem a nossa mente. Estamos sujeitos às aflições, nossa fé é provada, mas não é preciso que entre em um colapso brutal com nosso sofrimento. Ao se encontrarem, nossa fé e sofrimento podem nos trazer ainda mais fortemente o consolo de que Cristo é a fonte de toda nossa esperança, inclusive nos dias mais sombrios.
Em sua participação na música, John Piper diz:
“Não só toda sua aflição é momentânea, não é só toda a sua aflição leve em comparação a eternidade e a glória lá (no Céu), como também tudo isso é cheio de propósito. Cada milissegundo da sua dor advinda da natureza caída ou do homem caído, cada milissegundo de sua miséria no caminho da obediência está produzindo uma glória peculiar que você terá por conta disso. Não importa se foi câncer ou crítica. Não importa se foi calúnia ou doença. Isso não foi sem sentido. Isso está fazendo algo! Não é sem sentido. Claro que você não pode ver o que isso está produzindo. Não olhe para o que parece. Quando sua mãe morre, quando seu filho morre, quando você tem câncer aos 40 anos, quando um carro vai em direção a calçada e a joga para fora, não diga “Isso é sem propósito!” Não é. Isso está gerando para você um peso eterno de glória. Portanto, não desanime. Mas tome essas verdades e todos os dias concentre-se nelas. Pregue-as para si mesmo todas as manhãs. Fique sozinho com Deus e pregue a Palavra d’Ele para sua mente até que seu coração cante com a confiança de que você é uma nova criatura e de que é cuidado por Deus.”
Não é sem sentido. Como John Piper disse, cada milissegundo da nossa dor tem um propósito e está produzindo um peso eterno de glória. Não sabemos quando o sofrimento chega nessa vida, assim como não sabemos quando se vai. A estrada da aflição pode não nos avisar que está próxima, mas não é nosso destino final. Nossas aflições, por mais duras que sejam, são momentâneas, e não se comparam com a eternidade e a glória que virá.